PEDRO ALEXANDRINO E A COZINHA PAULISTA


Cozinha na Roça
Com sua arte, Pedro Alexandrino Borges (1856-1942), célebre por seus quadros de natureza-morta, retratou os hábitos, inclusive culinários, da sociedade paulista de sua época, representada pelos barões do café. Alexandrino viajou a Paris para estudar pintura e freqüentou o ateliê de René Chrétien, a Académie Fernand Carmon e Antoine Vollon. De volta a São Paulo, deu aulas de desenho e pintura. Entre seus alunos estavam Tarsila do Amaral e Anita Malfatti. Ruth Sprung Tarasantchi, autora de A vida silenciosa na pintura de Pedro Alexandrino, relata: "Através de sua obra, temos uma idéia do nosso meio no fim do século passado e até meados deste. Ele nos fez conhecer o nosso meio provinciano, de pouca cultura, mas ao mesmo tempo pretensioso, procurando afrancesar-se". Tarsila do Amaral defendeu o estilo de seu mestre, apesar de o ter ultrapassado com sua arte contestadora: "Pedro Alexandrino especializou-se em natureza-morta porque esse é o gênero mais de acordo com o seu temperamento plácido e prudente". Entre os quadros do artista está "Cozinha na Roça", no acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, que retrata o ambiente bucólico e provinciano das fazendas e seus doces, feitos em tachos de cobre, como o doce de laranja-da-terra.  

Receita: Doce de Laranja no Tacho de Cobre
Retire, com cuidado, uma camada bem fina de casca de 2 dúzias de laranjas-da-terra. Corte as laranjas em 4 partes, retire o bagaço e as sementes. Em um tacho de cobre com água, ferva as laranjas, escorra a água e deixe esfriar. Coloque as laranjas em uma bacia, cubra com água fria e deixe de molho por 7 dias, trocando a água diariamente para sair o amargo. Faça uma calda rala com 11/2 kg de açúcar, 1/2 litro de água, cravo e canela. Junte as laranjas e cozinhe em fogo baixo por cerca de 1 hora, até que elas estejam macias e brilhantes. Deixe o doce na geladeira por 1 dia. No outro dia, polvilhe 1/2 kg de açúcar sobre as laranjas e cozinhe em fogo baixo até apurar. Se quiser, substitua o açúcar por rapadura. Se preferir doce de laranja cristalizada, escorra as laranjas da calda, passe-as pelo açúcar e deixe secar.

Texto de Guta Chaves publicado na revista "História Atual" ano II, edição 18 de abril de 2005. Adaptado e ilustrada para ser postado por Leopoldo Costa

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