CHOCOLATE, A PAIXÃO DE MONTEZUMA II

Chocolate vem de xocotlatl, nome da bebida dos povos pré-colombianos da América Central, feita com os grãos do cacau tostados, moídos, amassados e diluídos em água, temperada com especiarias como pimenta e baunilha, além de mel, flores secas e corante. Povos como os toltecas comiam somente a polpa da fruta (cacau) porque o grão era muito amargo. Um dia alguém teve a idéia iluminada de fazer uma pasta cremosa dos grãos, moendo-os entre duas pedras. Depois inventou-se o molinillo, pequeno moedor próprio para triturar e bater as sementes. Assim nascia o chocolate em sua forma primária. Os maias, primeiros a cultivar a semente de cacau, eram grandes apreciadores da bebida xocotlatl. Os grãos se tornaram sua moeda de troca: com dez compravam um coelho, com cem adquiriam um escravo. Morto pelos espanhóis na época da conquista da América, Montezuma II, o último dos imperadores astecas, foi o responsável pela sua difusão no Velho Mundo.
Ele era um fanático pela bebida chocolate e mandava servi-la no fim do almoço, numa taça de ouro. Em 1519, o imperador ofereceu a bebida ao conquistador espanhol Hernán Cortés, que gostou e levou o grão para a Europa.

A RECEITA   
Abaixo, uma das adaptações inglesas da bebida de Montezuma, pesquisada pela chef Heloísa Bacellar:

Leve ao fogo uma panela com 3 xícaras de água, 1/4 de xícara de açúcar, 1 colher de sopa de mel, 1 pedacinho de canela em pau, 1/2 fava de baunilha, I e 1/2 pimenta dedo-de-moça socada no pilão, raspa de 1 limão e 1 pitada de gengibre. Ferva por 2 minutos, acrescente 200 gramas de chocolate meio amargo picado e 2/3 de xícara de favas de cacau torradas e socadas no pilão. Misture bem e retire do fogo assim que ferver novamente. Deixe amornar, bata no liquidificador. Sirva quente. Rendimento: 4 porções. Dica: se preferir a bebida menos amarga, substitua as sementes torradas por cacau em pó.

Texto de Guta Chaves publicado na revista "História Atual" ano I, edição 11 de setembro de 2004. Adaptado e ilustrada para ser postado por Leopoldo Costa

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