A MANIÇOBA AMAZÔNICA
É claro, porém, que houve certa influência portuguesa. Além disso, holandeses e ingleses ameaçavam a soberania lusa, explorando o urucu, o cacau, o guaraná e outras drogas de sertão. Por tudo isso, súditos de Lisboa foram estimulados a colonizar a Amazônia. Adaptando-se à rica culinária nativa e seus peixes maravilhosos, aproveitaram também para misturar os seus queridos produtos de porco aos derivados da mandioca. Daí desenvolveu-se a versão mais elaborada da maniçoba.
A RECEITA
5 kg de folhas de maniva, 2 kg de toucinho fresco, 2 kg de charque, 1 kg de costela de porco, 1/2 pé de porco, 1/2 kg de língua de porco, 1,5 kg de bucho de boi, 2 mocotós de boi, 1/2 kg de lingüiça defumada, 1/2 kg de paio, 1 kg de toucinho, 40 dentes de alho pelados, pimenta-do-reino. Leve ao fogo as folhas de maniva, numa panela com muita água. Quando ferver, diminua bem o fogo e acrescente o toucinho, deixando a mistura cozinhando por quatro dias, só no período diurno, repondo sempre a água. Na quinta noite, ponha as carnes de molho para reduzir o sal. No sexto dia, lave com vinagre o bucho e o mocotó e ferva ambos com água. Tempere as carnes com pasta de pimenta e alho moídos, corte em pedaços e despeje na panela das manivas. Acrescente o chouriço, o paio e o toucinho defumado. Cozinhe até ficarem macias. Sirva, no sétimo dia, com arroz branco, farinha d´água e pimenta-de-cheiro. Serve 20 pessoas.
Receita fornecida por Celeste Klautau, extraída do livro "Viagem Gastronômica através do Brasil", de Caloca Fernandes, e re-elaborada e preparada especialmente para História Viva por Paulo Leite, que a oferece regularmente em seu restaurante típico amazonense CARIBÓ (Rua Bela Cintra, 483, Jardins, São Paulo). Publicado na revista "História Atual" ano I, edição 6 de abril de 2004. Adaptado e ilustrada para ser postado por Leopoldo Costa
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