TRAIDORES QUE MUDARAM A HISTÓRIA
Traição de Judas- quadro de Giotto di Bordone |
1. JAMES JOSEPH DRESNOK
A QUEM TRAIU: OS EUA
QUANDO:1962
Servindo na Zona Desmilitarizada da Coreia, ouviu notícias de que sua mulher o estava traindo, ao mesmo tempo em que era acusado de forjar documentos. Decidiu mudar de lado, atravessou um campo minado e se juntou aos norte-coreanos. Com eles, faria filmes de propaganda, interpretando vilões americanos. E chegaria a torturar compatriotas.
2. AUGUSTO PINOCHET
A QUEM TRAIU: SALVADOR ALLENDE
QUANDO: 1973
Allende, o primeiro presidente eleito assumidamente marxista da América Latina, governou por quase três anos em meio a um turbilhão politico. Quando, nessa situação, o general Carlos Prats renunciou ao cargo de Comandante do Exército, ele próprio nomeou Pinochet. O general e futuro ditador passou até o dia do golpe dizendo ao presidente que estava tudo em ordem. Não estava.
3. CHRISTIAAN SNOUCK HURGRONJE
A QUEM TRAIU: O MUNDO ISLÂMICO
QUANDO: 1898
O antropólogo holandês fingiu ter se convertido ao Islã para poder ir a Meca e relatar o que viu aos europeus. Depois, voltou sua atenção aos islâmicos da Ásia. a quem os holandeses buscavam conquistar. Em 1898, tornou-se consultor do general J. B. van Heutsz durante a Guerra de Achém, contra os indonésios. Com sua ajuda, até 100 mil “companheiros de fé" foram massacrados.
4. EFIALTES
A QUEM TRAIU: A GRÉCIA
QUANDO: 480 A.C.
Retratado como um monstro no filme 300, era, no máximo, um monstro moral. Ele mostrou aos persas um caminho secreto, permitindo que eles contornassem o desfiladeiro onde os espartanos - e um contingente muito maior de outros gregos - resistiam. No final das contas, ele só ajudaria a criar a lenda dos 300, que inflou o moral grego. E nunca foi pago.
5. MARECHAL DEODORO
A QUEM TRAIU: D. PEDRO II
QUANDO:1889
Membro do Partido Conservador e amigo pessoal do imperador, dizia que estaria a seu lado até a sepultura. Mudou de ideia ao receber a notícia, falsa, de que havia uma ordem de prisão contra ele. E, esta verdadeira, de que um desafeto seu seria o novo primeiro-ministro. Ai o marechal bradou: “Viva a República!"
6. MIR JAFAR
A QUEM TRAIU: A ÍNDIA
QUANDO: 1757
Jafar era um dos oficiais do nababo (governador local) de Bengala, parte do Império Mogol. A Companhia das Indias Orientais o convenceu de que ele poderia ser o próximo nababo caso se juntasse a eles. Assim, na Batalha de Plassey, as forças sob seu comando não fizeram nada. A derrota-e a instalação de Jafar como uma marionete - marca o começo do domínio britânico na Índia.
7. DAVID GREENGLASS
A QUEM TRAIU: OS EUA E SUA FAMÍLIA
QUANDO: 1944-1950
Engenheiro envolvido no Projeto Manhattan, entregou segredos nucleares para sua irmã e seu cunhado, Ethei e Julius Rosenberg, que os repassaram aos soviéticos. Como os parentes, era apenas um entre muitos espiões atômicos. A razão de estar na lista é que seu depoimento levou os dois à cadeira elétrica. Traiu tanto o país quanto a família e pegou só oito anos de prisão.
8. MARCO JÚNIO BRUTO
A QUEM TRAIU: JÚLIO CÉSAR
QUANDO: 44 A.C.
Mais de 2 milênios depois, seu nome ainda é um adjetivo para uma violência injustificada. Mas ele e outros 60 senadores viam muita justificativa no que fizeram: matavam o homem que estava matando a República. De nada adiantou: o assassinato só acirrou ainda mais a crise política, e os aliados de César venceriam, transformando Roma em uma monarquia.
9. LA MALINCHE
A QUEM TRAIU: OS ASTECAS
QUANDO: 1519
Sejamos justos: não foi exatamente uma escolha. Malinche era uma escrava nahua (asteca) entre os maias, dada de presente a Hernan Cortéz em 1519. Servindo de intérprete e amante do conquistador espanhol, seria uma peça fundamental na destruição do Império Asteca. No México, seu nome hoje é sinônimo para "entreguista".
10. JUDAS ISCARIOTES
A QUEM TRAIU JESUS CRISTO
QUANDO: 33
É o personagem mais odiado do cristianismo, mas há que se fazer uma pergunta incômoda: existiria cristianismo sem seu beijo que levou à crucificação? É difícil imaginar como. Alguns evangelhos apócrifos chegaram até mesmo a dizer que havia um acordo entre os dois, para que Jesus cumprisse seu trágico destino.
Texto publicado em "Aventuras na História", edição 169, junho de 2017, Brasil, excertos pp. 16-17. Digitalizado, adaptado e ilustrado para ser postado por Leopoldo Costa.
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