DIFERENTES CALENDÁRIOS


O nível de conhecimento astronômico de um povo pode ser estimado pelo calendário por ele criado. A elaboração de um calendário exige conhecimentos profundos tanto do movimento aparente do Sol quanto das revoluções da Lua. As divisões de tempo deduzidas dos fenômenos astronômicos levaram ao estabelecimento dos conceitos de dia. semana. mês e ano. 

O dia é a unídade fundamental de qualquer calendário e é entendido como o intervalo de tempo entre dois nasceres sucessivos do Sol. A semana tem origem astrológica: cada um dos sete dias era dedicado a um deus, associado a diferentes astros visíveis no céu. O mês resultou da periodicidade das fases lunares. O ano foi estabelecido com base na agricultura, ao observar-se a alternância das estações. Todo calendário serve para planejar a economia de um povo - e, também, sua religiosidade. Por isso, em toda a história, o controle do tempo esteve reservado a quem detinha o poder.

Calendário Egípcio
EGÌPCIO 

É um dos mais antigos e considerava o ano de 365 dias. Possuía 12 meses com 30 dias, o que totalizava 360 dias. Para completar o calendário, eram acrescentados cinco dias de festas. Apresentava uma defasagem de seis horas por ano. Com o tempo, isso foi percebido, e foi acrescentado um dia a cada quatro anos.

BABILÔNICO 

Considerava 12 meses lunares. O início de cada mês era marcado pelo aparecimento, pela primeira vez, da Lua em quarto crescente, ao entardecer. Essa é a definição válida para o calendário muçulmano.Totalizava apenas 354 dias em um ano-padrão. A solução foi acrescentar um 13° mês a esse calendário a cada três anos. Isso ainda se mantém, tanto para muçulmanos quanto para judeus.

CHINÊS 

Divide-se em 12 meses de 29 e 30 dias, com a compensação adicional de um _ mês extra a cada dois anos e meio. Os anos são classificados em ciclos sexagenários - por exemplo, 1864-1923, 1924-1983 -, que se subdividem, por sua vez, em grupos de 12, designados com nomes de animais. Um ciclo completo de 12 compõe-se dos anos do Rato, Boi, Tigre, Coelho, Dragão, Serpente, Cavalo, Cabra, Macaco, Galo, Cachorro e Javali.

Calendário Maia
MAIA 

Havia dois calendários. O religioso Tzolkim era orientado pela Lua, possuía U1l'\ano de 260 dias, divididos em 13 meses de 20 dias. Ligado ao período da gestação humana, regia a esfera pessoal por meio de previsões astrológicas. O Haab, ligado ao ciclo agrícola, tinha 18 meses de 20 dias e cinco dias de festas para completar os 365 dias do ano solar. A cada 52 anos solares, os calendários se sincronizavam matematicamente pelo planeta Vênus. E, a cada 3.172 anos, havia o encontro do início dos dois calendários, data simbólica de recomeço da Era Maia.

Calendário Judeu


JUDEU 

Compõe-se de 12 meses de 29 dias e forma
ciclos de 19 anos, aos quais se acrescenta um 13° mês. Os anos com 353 dias são defeituosos; com 354 são regulares; e com 383 são abundantes. Três meses possuem 30 dias: Chesvan, nos anos abundantes; Kislev, nos anos regulares; e Adar I, nos anos bissextos. Os nomes dos meses são: Tishri, Chesvan, Kislev, Tebet, Nisán, Iyar, Siván, Shehat, Adar I, Tamuz, Av e Elul (e Adar II nos anos bissextos).


Calendário Muçulmano
MUÇULMANO 

O ano é composto de 12 meses lunares e forma ciclos de 30 anos, dos quais são bissextos o 2°, o 5°, o 7°, o 100, o 13°, o 16°, o 18°, o 21°, 024°, 0260 e o 29°. Os anos comuns têm 354 dias e os bissextos, 355; nestes, o último mês possui um dia adicional. À exceção desse caso, os meses têm, a partir de Moharrem, 30 dias e 29 dias alternadamente. Os meses são: Mohar-rem, Záfar, Rabi I e Rabi II, Yumada I e Yumada II, Reyeb, Chaban, Ramadã, Chual, Dulkada e Dulhiya.



HINDU 

Segue as fases da Lua. divididas em duas "pakshas": uma com o início na lua nova e outra, na cheia. Para se equiparar aos 365 dias do calendário solar, é acrescentado um mês a cada 30 meses. Os anos são contados de forma diferente em cada região, levando em conta marcos históricos locais. A contagem religiosa é baseada na teoria das eras cósmicas, quatro que se sucedem em ciclos eternos. A era atual é chamada de Kaliyuga. que, segundo algumas tradições, teve início no ano de 3102 a.C. do calendário gregoriano. As estações do ano são seis: primavera. verão, chuvas, outono, inverno e geada. É usado até hoje para os eventos religiosos.

Calendário Romano
ROMANO 

Atribuído ao fundador de Roma, Rômulo, tinha 304 dias. O ano começava no equinócio de primavera no Hemisfério Norte. Os dez meses, alguns com 30 e outros com 31 dias, chamavam- se Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quintilis, Sextilis, September, October, November e December. Sofreu várias modificações e, em uma delas, foram acrescentados, no fim do ano, os meses Januarius e Februarius. Só depois esses meses passaram a dar início ao ano.

JULIANO 

Foi adotado no ano de 46 a.C. O governante Júlio César, com o auxílio do astrônomo Sosigenes, determinou que a cada três anos de 365 dias se seguisse um quarto de 366 dias, conhecido como bissexto. Para dar início a esse calendário, o ano de 46 a.C. foi alongado para 445 dias e ficou conhecido como o 'ano da confusão'.

Calendário Gregoriano
GREGORIANO 

É o que vigora hoje praticamente no mundo todo. Resultou de uma reforma decidida pelo papa Gregório XIII ao calendário de Juliano, que chegou a 1582 com uma defasagem de 13 dias. A "reforma gregoriana" consistiu em retirar do calendário dez dias e redefinir a duração do ano médio, com a permanência. como anos bissextos, dos anos múltiplos de 4 (mas excluindo-se os que terminam em duplo zero, salvo os divisíveis por 400).Com isso, haverá uma diferença de um dia a mais em cerca de 3,3 mil anos.

TUPI-GUARANI

Os tupis-guaranis marcavam o início do ano solar pelo aparecimento das Plêiades, conhecidas como as Sete Estrelas, próximo ao dia 11 de junho. Assim, seu calendário era praticamente exato, não precisando fazer correções como o ano bissexto. Os meses começavam ao aparecer o primeiro filete de Lua nova no céu. Aliás, as palavras mês e lua são a mesma em tupi, ara. Marcavam quatro ~stações pelos solstícios e equinócios. O calendário era usado para saber a época das caças, da colheita e dos rituais religiosos. O céu também servia de orientação_ A constelação Cruzeiro do Sul, por exemplo, representava os pontos cardeais. Até hoje o calendário é utilizado por pescadores e agricultores.

Extraido do 'Almanaque Abril 2012' p.12. Editora Abril. Digitado, adaptado e ilustrado para ser postado para ser postado por Leopoldo Costa.

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