HISTÓRIA DE MANAUS


A história de Manaus começa em um aldeamento indígena, em torno da Fortaleza de São José da Barra, em 1669. A fortaleza havia sido construída para evitar a descida dos invasores holandeses aquartelados no Suriname (ex-Guiana Holandesa) e garantir o domínio da coroa portuguesa na região. O povoado que se desenvolveu em torno da fortaleza recebeu o nome de São José da Barra do Rio Negro (Lugar da Barra) e em 1832, sob a denominação de N. S. da Conceição da Barra do Rio Negro, o lugarejo foi elevado à categoria de Vila. Em 1848, a Vila da Barra foi elevada à categoria de Cidade, com o nome de Cidade da Barra do Rio Negro, para receber em 1856, finalmente, o nome de Manáos, em homenagem à nação indígena dos Manáo (Mãe dos Deuses), o mais importante grupo étnico habitante da região, reconhecido historicamente pela sua coragem e valentia.

Entre 1890 e 1910, graças à exportação da borracha natural, os governantes e comerciantes locais trouxeram do Velho Mundo centenas de arquitetos e paisagistas, para a execução de um ambicioso plano urbanístico, que resultaria em uma cidade com perfil arquitetônico europeu, embora encravada no meio da selva. Manaus, moderna e inovadora, foi uma das primeiras cidades brasileiras a contar com luz elétrica, galerias pluviais, tratamento de águas e esgotos e serviço de bondes elétricos. Há mais de 100 anos inaugurou o Teatro Amazonas que surpreendeu o mundo com o seu luxo, requinte e beleza arquitetônica e em 1909 foi criada a primeira universidade brasileira – a Universidade Livre de Manáos.

O porto flutuante, que acompanha a enchente e a vazante dos rios, foi totalmente importado da Inglaterra, assim como vários outros prédios públicos. Com a implantação da Zona Franca, em 1967, Manaus valeu-se dos incentivos fiscais para transformar-se no maior pólo comercial e industrial existente na faixa do Equador. Aqui estão concentradas as principais indústrias brasileiras de aparelhos eletro-eletrônicos, relógios, bicicletas, motocicletas, óculos, etc. O comércio oferece uma gama variada de produtos de alta tecnologia a preços mais baixos e os hotéis estão equipados para receber com eficiência, pessoas procedentes de qualquer lugar do país ou do exterior.

Os investimentos públicos na infra-estrutura urbana têm possibilitado o surgimento de uma cidade cada vez mais bonita e acolhedora. Manaus também se transformou em importante pólo de Turismo Ecológico graças às suas belezas naturais e ao resgate das tradições indígenas, que têm na exuberância das brincadeiras de boi-bumbá um de seus principais exemplos. A dança do boi-bumbá, que remonta ao início do Século XX, ganhou uma roupagem nova e tem conquistado o coração de milhares de pessoas no Brasil e no Exterior. Pois é essa cidade hospitaleira, onde a tradição e a modernidade coexistem em perfeita harmonia, que espera por você, de braços abertos.

OS PRIMEIROS HABITANTES

Antes dos europeus chegarem à Amazônia, no século XVI, os povos indígenas que habitavam a região eram numerosos, divididos em diferentes nações, com línguas e costumes próprios. Basicamente, desenvolviam o cultivo da mandioca e a pesca, promoviam um intenso comércio intertribal e moravam em habitações amplas e arejadas, feitas de troncos de árvores e cobertas de palha. Dentre os povos que habitavam o Rio Negro, três se destacavam pela valentia e heroísmo ante os conquistadores: os Manáo, os Baré e os Tarumã. Os Manáo, que constituíam o grupo étnico mais importante da área, habitavam as duas margens do Rio Negro, com população estimada em cerca de 10 mil índios no Século XVII, número avaliado após os primeiros violentos choques travados com os portugueses. É nesse contexto que tem início a história da Cidade de Manaus. Francisco Orellana foi o primeiro viajante a passar pela foz do Rio Negro, em 1542. Entretanto, só em 1639, é que Pedro Teixeira toma posse da região amazônica, em nome da coroa portuguesa. Trinta anos depois, em 1669, o governador-geral do Pará ordena a construção da Fortaleza de São José do Rio Negro – um ponto militar para resguardar o rio dos invasores holandeses e espanhóis, inimigos da Coroa Portuguesa.

Ao redor do Forte da Barra é constituído um núcleo populacional denominado Lugar da Barra, onde hoje se encontra a Cidade de Manaus. Os anos 1700 são marcados pela política portuguesa de fortificação das tropas de resgate, responsável pela exterminação de cerca de 2 milhões de índios, só na região do Rio Negro. Os portugueses, impetuosos, queriam garantir a hegemonia do tráfego de sua estrada real - o Rio Amazonas - um caminho acessível a grandes riquezas. Os Manáo, liderados por Ajuricaba resistem à invasão de seu território, lutando até o fim. Na segunda década do Século XVIII, devido à escassez de mão-de-obra em Belém, Pará, foram quase que completamente exterminados por uma tropa de guerra justa dos portugueses, que aprisionou e escravizou um grande número de índios. Segundo a lenda, Ajuricaba, ainda hoje considerado símbolo de resistência, luta e coragem, suicidou-se jogando-se ao Rio Negro, acorrentado, preferindo a morte ao jugo português. Após mais de um século de fundação, o Lugar da Barra ainda era constituído por algumas casas de palha, madeira e taipa, protegidas pelo Forte da Barra, com uma população de 220 índios, 34 brancos e dois negros escravos, conforme levantamento feito pelo ouvidor Sampaio, em 1778. Havia, ainda, a capela de Nossa Senhora da Conceição, muito simples, feita de palha e chão batido.

EM MEIO A SELVA SURGE UMA CIDADE

Os anos de 1800 se iniciam com a transferência definitiva da sede da Capitania de São José do Rio Negro (Amazonas), de Mariuá (Barcelos), para o Lugar da Barra (Manaus), em 1804. Quase trinta anos depois, em 1832, com a criação da Câmara do Alto Amazonas, o Lugar da Barra é elevado à categoria de vila, com o nome de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro. A vila não passava de uma aldeia rural, imprensada entre o igarapé de São Raimundo e o Largo dos Remédios.

Em 1848, a Vila da Barra é elevada à categoria de cidade, ainda com o nome de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro. Com a elevação do Amazonas à categoria de província, em 1850, a Cidade da Barra, capital da nova província, começa a mudar de feição.Dados da época indicam a existência de uma praça, dezesseis ruas, 243 casas e cerca de três mil habitantes. O resto do mundo deslumbrava-se com navegação a vapor, a grande inovação da época e pressionava a liberação da navegação estrangeira no Amazonas, uma região repleta de riquezas naturais. Entretanto, os navios estrangeiros só começam a navegar no grande rio e seus afluentes a partir de 1866.

Em 1853, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, inicia com o vapor Marajó uma linha regular entre a Cidade da Barra e Belém. Foi nessa época, em 1856, que a cidade passa a se chamar Manáos. Por iniciativa do Deputado José Ignácio Ribeiro do Carmo.A vida econômica da região começa a prosperar com a exportação de castanha, arroz, cumaru, cacau, guaraná, urucum, couro e o látex da seringueira (Hevea brasiliensis). Nessa época, a borracha natural ainda era utilizada apenas na fabricação de sondas, brinquedos e artefatos.

O advento da vulcanização coincide com a descoberta dos grandes seringais nativos no Rio Purus. Manáos passa a ter um liceu, um jornal impresso, um mercado público. A cidade cresce, lentamente, impulsionada pelo desenvolvimento do comércio extrativista da região e começa a experimentar anos de prosperidade, acentuadamente após 1888, quando Dunlop, utilizando a borracha, descobre o pneumático para bicicletas, mais tarde aplicado nos automóveis pelos irmãos Michelin. A vida econômica da região começa a prosperar com a exportação de castanha, arroz, cumaru, cacau, guaraná , urucum, couro e o látex da seringueira (Hevea brasiliensis).

UM PERÍODO DE LUXO E RIQUEZA

No sul do país é proclamada a República Federativa do Brasil, em 15 de novembro de 1889, extinguindo-se o Império. A Província do Amazonas passa a ser Estado do Amazonas, tendo como capital a Cidade de Manáos. A borracha, matéria-prima das indústrias mundiais, é cada vez mais requisitada e o Amazonas, como principal produtor, orienta sua economia para atender à crescente demanda de mercado. Começam a chegar à cidade migrantes do Nordeste do país e estrangeiros, gerando um crescimento demográfico que obriga a Cidade a passar por mudanças significativas.

Em 1892, inicia-se o governo de Eduardo Ribeiro, que tem um papel importante na transformação da cidade, através da elaboração e execução de um plano para coordenar o seu crescimento. Esse período (1890-1910) é conhecido como fase áurea da borracha. A cidade ganha o serviço de transporte coletivo de bondes elétricos, telefonia, eletricidade e água encanada, além de um porto flutuante, que passa a receber navios dos mais variados calados e de diversas bandeiras. A metrópole da borracha inicia os anos de 1900 com uma população em torno de 20 mil habitantes, com ruas retas e longas, calçadas com granito e pedras de liós importadas de Portugal, praças e jardins bem cuidados, belas fontes e monumentos, um teatro suntuoso, hotéis, cassinos, estabelecimentos bancários, palacetes e todos os requintes de uma cidade moderna.

TEMPOS DIFÍCEIS

Em 1910, Manáos ainda vive a euforia dos preços altos da borracha, quando é surpreendida pela fortíssima concorrência da borracha natural, plantada e extraída dos seringais da Ásia, que invade vertiginosamente os mercados internacionais. É o fim do domínio da exportação do produto, quase que exclusivamente gerada no Amazonas, deflagrando o início de uma lenta agonia econômica para a região.

O desempenho do comércio manauara torna-se crítico e as importações de artigos de luxo e supérfluos caem vertiginosamente. Manáos, abandonada por aqueles que podiam partir, mergulha em profundo marasmo. Os edifícios e os diferentes serviços públicos entram em estado de abandono.

A ZONA FRANCA DE MANAUS

A Zona Franca de Manaus determinou um novo impulso na economia da região. Criada em 1957 como área de livre comércio de importação e exportação, representou uma resposta ao desafio para a formulação de uma política de desenvolvimento auto-sustentado, capaz de permitir a integração econômica da Amazônia, sem prejuízo de seu patrimônio ambiental. Mais que isso, a Zona Franca promoveu o ingresso efetivo de Manaus na moderna produção industrial e sua reinserção no cenário nacional. Ao lado de um extraordinário estoque de recursos naturais, representado por 20% da reserva de água doce do planeta, um banco genético de valor incalculável e grandes jazidas de minérios, gás e petróleo, a paisagem do Pólo Industrial de Manaus é a demonstração de equilíbrio entre os avanços tecnológicos e a preservação do meio ambiente.

São mais de 600 indústrias, sem chaminés, utilizando tecnologia de ponta na produção de eletro-eletrônicos, informática, equipamentos profissionais, como fotocopiadoras, aparelhos telefônicos, de facsímile e de telecomunicações, veículos de duas rodas e até cinescópios utilizados em todo o Brasil.Tudo isso com qualidade certificada pela ISO em grande parte das empresas. Mas é na qualidade de vida da população de Manaus que a Zona Franca contabiliza suas principais conquistas. Transformada em maior pólo comercial e industrial na faixa do Equador e na mais bem sucedida experiência brasileira no campo do desenvolvimento regional, o modelo Zona Franca contribuiu para o acelerado crescimento urbano da Cidade, produzindo riquezas, gerando divisas, criando empregos e renda.

Fonte: www.manaustur.com.br, adaptado e ilustrado para ser postado por Leopoldo Costa.

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