EQUINOS – PRINCIPAIS RAÇAS BRASILEIRAS

Leopoldo Costa

CAMPOLINA.

A raça foi formada na ‘Fazenda do Tanque’, no município de Entre Rios de Minas, cujo proprietário Cassiano Campolina (1836-1904) era um apaixonado por cavalos e que vinha desde 1857 trabalhando no aperfeiçoamento do seu plantel.
Em 1870 recebeu de presente de Antonio Cruz, seu amigo e compadre, uma égua preta de nome ‘Medéia’ que estava prenha de um cavalo Andaluz de propriedade de Mariano Procópio (1821-1872), de Juiz de Fora (MG). Este cavalo que emprenhou a égua tinha sido um presente de D.Pedro II (1825-1891) a Mariano Procópio.
‘Medéia’ pariu um lindo potro meio sangue que foi dado o nome de ‘Monarca’. Mais tarde, quando adulto, o cruzamento deste garanhão com as éguas Crioulas de primeira linhagem da fazenda do Campolina deu origem à raça. Um importante criador que colaborou na formação da raça foi Joaquim Pacheco de Resende que durante mais de 50 anos promoveu cruzamentos com outras raças de animais de trote e com Puro Sangue Inglês. Outro entusiasta e melhorador da raça foi Gabriel de Andrade. Em 1951 foi criada com sede em Belo Horizonte a 'Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Campolina'

CRIOULO.



Foi em 1493 que chegaram os primeiros equinos na América. Vieram na esquadra de Cristóvão Colombo e desembarcaram na ilha de Hispaniola (São Domingos), hoje ocupada pela República Dominicana e Haiti. Estes primeiros animais foram os ancestrais de todos os cavalos Crioulos da região e começaram a multiplicar e a partir de 1532 já eram percebidos.
Na conquista do Peru em 1531 foram levados 62 equinos pela expedição de Francisco Pizarro (1476-1541) que saiu do Panamá e conseguiu conquistar e impressionar os Incas que ainda não conheciam o animal. Mais tarde Pizarro providenciou mais 223 cavalos que vieram também do Panamá.
Pedro de Mendoza (em 1535), Alvar Nuñes Cabeza de Vaca (em 1542), introduziram os cavalos na região dos pampas do Rio da Prata e no Paraguai.
No Brasil, os cavalos Crioulos foram introduzidos em 1634, trazidos pelos jesuítas Cristóbal de Mendoza e Pedro Romero. Os animais vieram de Corrientes, na Argentina, para a região dos Sete Povos das Missões no atual estado do Rio Grande do Sul. Com a destruição das ‘reduções’ das Missões pelos bandeirantes parte destes animais vieram para o Brasil Central e outros se dispersaram sendo capturados e domados pelos índios Guaicurus.
José Inácio de Abreu e Lima (1794-1869), militar e escritor brasileiro, que ficou conhecido por ser um dos generais de Simon Bolívar (1783-1830), escreveu[1]Na outra extremidade meridional do Brasil, perto de Matto Grosso, habitam os Guaycurús (ou Indios cavalleiros porque quando os Portuguezes chegaram áquella província já acharam estes selvagens com criações de gado cavallar, e combattendo a cavallo), que provavelmente são da mesma casta que os Guaycurús do Paraguay’.
Nos Estados Unidos a raça é chamada de Mustang, na América Central e nas Antilhas de Cimarronês, na região do rio da Prata de Bagual e entre os Guaranis de Kaitá.
O cavalo Guarapuavano dos Campos Gerais do Paraná, também existente  e chamado de Campeiro em Santa Catarina é uma variedade do cavalo Crioulo, com maior participação da raça Andaluza na sua formação. Tem temperamento vivo e nervoso sendo empregado para a tração de veículos leves e é bom animal de sela. Pode apresentar nas cores castanha, tordilha, baia e rosilha.

MANGALARGA.

A raça Mangalarga começou em 1812 na ‘Fazenda Campo Alegre’, município de Baependi, no sul de Minas Gerais. Foi quando o proprietário Gabriel Francisco Junqueira (1782-1868), agraciado com o título de barão de Alfenas em 1848,  recebeu de presente de D. João VI (1767-1826) um cavalo da raça Alter de nome ‘Sublime’. O garanhão cobriu as muitas éguas mestiças da fazenda e o resultado foi vistosos potros que chamaram a atenção da vizinhança. Selecionando os melhores descendentes surgiu a nova raça. O barão de Alfenas é o ancestral da família Junqueira do interior de São Paulo que na migração em busca de melhores terras para cultivar levou com eles os cavalos.
A raça inicialmente ficou conhecida como  Sublime, o nome do cavalo fundador.
O nome Mangalarga veio da ‘Fazenda Manga Larga’ no município de Paty do Alferes (RJ). Os proprietários da fazenda compraram alguns animais da fazenda do barão de Alfenas e fizeram uma boa figura desfilando pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro. Houve grande repercussão entre  os que gostavam de cavalos que depois informados da origem, iam as Minas Gerais comprar os cavalos iguais ‘aos da Mangalarga’ e o nome pegou. Em 1934 foi fundada a 'Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Mangalarga- ABCCM'.
Com a expansão da raça em território paulista onde era mais usado na lida com o gado, buscou-se  um animal de marcha trotada que ficou conhecido como Mangalarga Marchador. Por conflito de interesses alguns dissidentes da ABCCM de Minas Gerais fundaram  em 1949 a 'Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador- ABCCMM' que teve mais sucesso e hoje é a maior associação de criadores de equinos da América do Sul, com 20.000 associados e cerca de 250.000 animais registrados.

NORDESTINO

Também conhecida como Sertaneja ou Curraleiro do Norte é considerado também uma variedade de Crioulo.
Foi o resultado dos cruzamentos naturais dos animais ibéricos introduzidos no Brasil pelos colonizadores portugueses em Pernambuco. Alguns criadores buscaram os melhores animais e com a seleção nos cruzamentos foi constituída a raça.
São animais de porte médio, leves, com musculatura forte. A altura varia entre 1.30m a 1,45m. A pelagem mais comum é a tordilha, seguida pela castanha. Tem uma bonita marcha trotada.

PANTANEIRO

Foram introduzidas no Brasil pelos colonizadores e também é uma variedade de Crioulo. Abandonados ou fugitivos estes animais dispersaram e  depois de certo tempo atingindo a região do Pantanal foram adaptando-se ao ambiente. A origem da raça está no cruzamento de animais ibéricos já mestiçados (raças Céltica, Bérbere e Andaluz), com animais das raças Árabe e Crioula. 
No final do século XIV a raça quase foi extinta por doenças endêmicas e por consanguinidade por falta de cuidado nos cruzamentos.
Em 1972, foi criada a associação dos criadores (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Pantaneiro- ABCCP) e em 1988 o Embrapa implantou um núcleo de criação e estudo da raça em Nhecolândia, próximo a Corumbá, no estado de Mato Grosso do Sul.



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