A COUVE-FLOR
Leopoldo Costa
A couve-flor é um cultivar da espécie Brassica oleracea, do grupo Botrytis, da família das Brassicaceae. Tem caule curto, folhas oblongas verde-escuras com a nervura central esbranquiçada, e numerosos pedúnculos florais carnosos, comestíveis, reunidos e soldados em flores abortadas. Diferentemente da maioria de seus familiares vegetais, ela é branca. Isso acontece porque suas folhas recobrem as flores quando essas começam a crescer. Por não ficarem expostas à luz solar, não há produção de clorofila, que dá cor verde às plantas.
É uma planta anual que se reproduz por sementes. Normalmente, apenas a cabeça é usada como alimento. A cabeça da couve-flor é composta por um meristema de inflorescência branca e se assemelham as do brócolis, diferindo apenas por este ter flores em botão. A espécie Brassica oleracea também inclui o brócolis, a couve de bruxelas, o repolho e vários outros tipos de couves.
A couve-flor, assim como a couve comum, descende do repolho selvagem, originário da Ásia Menor. Algumas pesquisas indicam que a couve-flor evoluiu do brócolis.
O registro mais antigo sobre couve-flor remonta-se ao século VI a.C. No primeiro século I d.C, Plínio, o Velho, na "História Natural" incluiu-a entre as descrições de plantas cultivadas. Ele a chamou de "cyma": "Ex omnibus brassicae generibus suavissima est cyma," ("de todas as variedades de repolho a mais agradável é cyma"). A descrição de Plínio provavelmente refere-se às cabeças de florescência de um variedade cultivada anterior da Brassica oleracea, mas chega perto da descrição da couve-flor moderna.
A couve-flor foi descrita também nos séculos XII e XIII, por botânicos árabes, como Ibn al-'Awwam e Ibn al-Baitar. Inclusive observaram que a sua origem possa ter sido a ilha de Chipre.
Foi introduzida na França e na Itália em meados do século XVI, também proveniente de sementes da ilha de Chipre. Outros dizem que a couve-flor foi introduzida na França a partir de Gênova. Na Inglaterra, era chamada “repolho do Chipre”.
Na França, na corte de Luís XIV era muito apreciada e usada em pratos finos e elegantes. Na Bretanha, onde foi cultivada extensivamente, fazia parte do cardápio quase diário das famílias.
Menon, um gastrólogo francês do século XVIII, sugeria servir a couve-flor com um suculento molho feito com carne de vitela, presunto e creme, ou como parte de um guisado de moelas, cogumelos e foie gras.
Nos Estados Unidos a couve-flor foi cultivada pela primeira vez em Margaretville, no estado de Nova York, em 1891. Foi o fazendeiro William F. VanBenschoten que fez a primeira plantação. Quando a lavoura prosperou e VanBenschoten encontrou um boa procura, seus vizinhos seguiram o exemplo e passaram a cultivá-la também.
Mark Twain escreveu que "O treinamento é tudo,um pêssego era uma vez uma amêndoa amarga, uma couve-flor não é senão um repolho com uma educação universitária.
No século XII, três variedades de couve-flor foram descritas na Espanha provenientes da Síria, onde, sem dúvida, tinha sido cultivada há mais de mil anos.
No Brasil, foi a partir do século XIX que se disseminou o cultivo e o consumo da couve-flor, quando começaram a chegar os primeiros imigrantes italianos.
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