HISTÓRIA DO ESPELHO



Leopoldo Costa

O homem sempre desejou ver a sua imagem. A primeira foi o reflexo desta na superfície da água. Temos a lenda de Narciso na mitologia grega, que ao ver o reflexo de sua face na água, se apaixonou com o que viu. Tentou alcançar a imagem a todo custo e  esgotado veio a sucumbir à beira do lago.

Na Bíblia, a menção de espelho é encontrada no livro Êxodo 38.8 "Fez a bacia de bronze e a sua base com os espelhos das mulheres que serviam à entrada da Tenda do Encontro."

Os primeiros espelhos surgiram  na Turquia cerca de 6.000 a.C. Datados de 5.000 a.C foram encontrados em escavações no Egito, as margens do Nilo, espelhos de cobre polido, pertencentes a civilização Badariana (que dominou o norte do Egito no período pré-dinástico de 5.000 a 4.000 a.C). Depois em 3.000 a.C na Mesopotâmia, região do atual Irã, foram descobertos espelhos rústicos.

Os espelhos etruscos e gregos eram peças decoradas e com  cabos ricamente trabalhados. Continuaram sendo manufaturados de cobre e bronze.

Também na China, no século I a.C eram manufaturados espelhos de bronze.

Os primeiros espelhos de vidro foram fabricados pelos romanos no século I a.C.

Os espelhos de Veneza eram de altíssima qualidade e a técnica de produção um segredo. Apesar da forte fiscalização dos doges houve o vazamento das informações técnicas para outras cidades como Paris e Londres, por exemplo. Eram peças extremamente caras e destinadas a palácios. O de Versalhes, na França é pródigo em espelhos.

No século XVII em diante os espelhos emoldurados tornaram-se peças importantes na decoração de residências. Molduras de marfim, prata, ébano eram as mais usadas.

No fim do século XVIII a decoração pictorial suplantou ao uso dos espelhos. Os franceses, sempre inovadores, começaram a produzir espelhos ovais e decorados artisticamente para conseguir continuar a ser importantes elementos decorativos.

A técnica de usar vidro com uma camada metálica (um amálgama de mercúrio com estanho) na parte posterior começou entre os séculos XII e XIII, quando Nuremberg e Veneza se reafirmaram como centros de manufatura de espelhos.

A primeira tentativa de usar uma solução de prata como camada refletora foi feita pelo químico alemão Justus von Liebig em 1836. Vários métodos depois foram implementados como o que quimicamente reduzia um sal de prata em prata metálica.

Outros métodos usando prata foram aplicados como o de uma cobertura de prata transformada em vapor numa câmara à vácuo. Espelhos gigantescos usavam alumínio vaporizado ao invés de prata. Porém, nenhum destes métodos consegue produzir espelhos perfeitos.  Um espelho perfeito foi obtido em 1998 por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts nos Estados Unidos. A parte refletora foi feita de camadas microscópicas de telúrio e polistireno. Um tubo forrado com este tipo de espelho consegue transmitir luz por distâncias maiores do que a fibra ótica.





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