"PODRÃO" FIFA - CARROCINHAS DE LANCHES DO MARACANÁ

UMA RONDA PELAS CARROCINHAS QUE VENDEM LANCHES NOS ARREDORES DO MARACANÃ.



O molho de cebola é o segredo do sucesso do cachorro-quente servido há 18 anos no Ponto de Encontro, quiosque instalado às margens da Avenida Maracanã, na Tijuca.

— O molho desse podrão é top — elogia o freguês Erick Stofanelli, de 36 anos, que na última sexta-feira comia um “completão” ao lado da filha Nicole, de 8. — Por ela, jantávamos cachorro-quente todos as noites aqui.

Além de molho de cebola, milho, ervilha, passas, azeitona, queijo ralado, batata palha e maionese são tópicos opcionais do “podrão” mais famoso do entorno do Maracanã, estádio onde será disputada a final da Copa do Mundo. Para recheio, o cliente escolhe entre salsicha ou linguiça. Custa R$ 6.

— Podrão bom é podrão para comer se lambuzando — delicia-se a estudante universitária Bruna Cardoso, de 21 anos, que só dispensa a maionese e as passas.

Outros podrões que colecionam fãs no entorno do estádio (ou arena, no jargão Fifa) são os vendidos nas vans que todas as noites estacionam na Rua São Francisco Xavier e salvam a turma boêmia com o lanche da madrugada.

— Mas a Guarda Municipal já avisou que não vamos poder trabalhar aqui em dias de jogo da Copa no Maracanã — lamenta uma funcionária, que trabalha há nove anos vendendo cachorro-quente na São Francisco Xavier.

Procurada pela Revista O GLOBO, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que as carrocinhas de cachorro-quente não podem parar ali em dias de jogo e nem em qualquer outro dia, “pois não têm autorização”.

Além disso, nos dias dos sete jogos que vão acontecer no Maracanã, entre 15 de junho e 13 de julho, as ruas no entorno do estádio serão fechadas quatro horas antes do início da partida. Mas o Ponto de Encontro está a salvo.

Localizado em frente ao acesso do Shopping Tijuca, o quiosque funcionará normalmente, pois, depois de anos como carrocinha, Antônio Celso Faria, o Neno, ganhou alvará para construir, com cimento e tijolos, um estabelecimento na Avenida Maracanã. Hoje, o negócio é comandado por sua filha Simone, de 40 anos:

— Estou com tendinite de tanto cortar cebola. Já tentei usar máquina, mas para o molho ficar bom o trabalho tem que ser manual — diz a herdeira, que prepara o molho em casa diariamente.

Enquanto sobra recheio nos podrões da rua, dentro do estádio o lanche é minimalista. Será vendido, a R$ 9, o tradicional Geneal — que é só pão e salsicha, com ketchup e mostarda em sachês.

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ITAQUERÃO - VOLTA AO MUNDO NO ‘HOT DOG’

Palco do primeiro jogo da Copa, o estádio Itaquerão, na Zona Leste de São Paulo, tem nos arredores um “dogão” turbinado. É do tipo que enche os olhos de uns e embrulha o estômago de outros. O carro-chefe da W Dog é o Brasileiro, uma feijoada completa em forma de cachorro-quente. Com direito a feijão, couve, farofa de banana, molho a campanha e linguiça arrumados num pão colorido artificialmente de verde e amarelo.

— Lancei o sabor especialmente para a Copa. A produção do “pão das nações” é complexa, mas o resultado valeu o esforço — comemora o empresário Wesley Machado, que cobra R$ 15 pelo Brasileiro no seu W Dog, quiosque em frente ao acesso ao Shopping Metrô Itaquera.

No cardápio especial da Copa, há ainda outros seis sabores temáticos: o Americano (com cheddar e molho barbecue), o Mexicano (com guacamole e molho chilli), o Italiano (com polpetone e manjericão), o Japonês (com hot roll e gergelim), o Alemão (com purê de batata e chucrutes) e o Argentino (com pimentão amarelo e molho chimichurri). — Trabalhamos por nove meses até elaborar esses sabores — diz Wesley.

Texto de Joana Dale publicado na "Revista O Globo" de"O Globo" de 8 de junho de 2014. Adaptado e ilustrado para ser postado por Leopoldo Costa.

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