O BRASIL NÃO É UM PAÍS SÉRIO


A informação de que De Gaulle afirmara que ''o Brasil não é um país sério'' foi publicada em 1963, pelo ''Jornal do Brasil'', e teve como fonte o então embaixador brasileiro em Paris, Alves de Souza.
Desde então, as partes envolvidas na chamada ''Guerra da Lagosta'' procuram inutilmente negar que a frase tenha sido um dia pronunciada. Ela coube como uma luva nos rompantes nacionais de baixa auto-estima. A tensão, no início dos anos 60, teve por origem o esgotamento das lagostas que barcos da Bretanha (noroeste da França) pescavam no litoral africano, entre Marrocos e Senegal.
Os lagosteiros procuraram outras águas quentes do Atlântico e elegeram o litoral de Pernambuco, na plataforma submarina que o Brasil considerava como suas águas territoriais. Livro do então embaixador francês no Rio, Jacques Baeyens, e um bem-humorado artigo do então senador Jarbas Passarinho coincidem ao descrever os lances da ''guerra'' e ao comprovar que De Gaulle, mesmo privadamente, nunca pôs em dúvida a seriedade do Brasil.
Tudo não passou de uma guerra de nervos, iniciada em 29 de dezembro de 1962, quando seis lagosteiros franceses deixaram o porto de Brest, escoltados pela fragata da Marinha ''Tartu''. Em represália, o Brasil mobilizou embarcações de guerra no litoral pernambucano. A ''Tartu'', em pane no litoral da Costa do Marfim, foi substituída pela ''Paul Goffreny'', que, porém, jamais se aproximou das águas territoriais brasileiras. As relações entre os dois países só se renormalizariam em janeiro de 64.

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