EQUINOS – PRINCIPAIS RAÇAS DO MUNDO

Leopoldo Costa

ALTER REAL

A raça Alter Real foi desenvolvida para servir a realeza portuguesa. Os primeiros animais foram trazidos em 1808 para o Brasil na comitiva que acompanhou João VI (1767-1826), quando foi transferida a capital do reino para o Rio de Janeiro.
A raça Alter Real começou a ser desenvolvida em 1748 pela Casa Real de Bragança na Coudelaria Real de Vila do Portel. O objetivo era fornecer cavalos para equitação aos Estábulos Reais em Lisboa, como também animais vistosos para tracionar carruagens da Corte. A coudelaria tinha 300 éguas Andaluzas originárias da região de Jerez de La Frontera, o mais famoso centro espanhol de criação de cavalos Árabes. Em 1756 a coudelaria foi transferida para Alter e isso explica o nome da raça.
No começo do século XIX, quando as tropas francesas do general Junot invadiram Portugal a coudelaria foi um local usado para fornecer animais as tropas invasoras.
Em 1834, todos os Estábulos Reais foram fechados e isto prejudicou o desenvolvimento da raça. 
No final do século XIX, a rainha consorte Maria Pia de Sabóia (1847-1911), patrocinou a introdução de garanhões Ingleses, Normandos, Hanoverianos e Árabes para tentar melhorar a raça Alter. Os cruzamentos foram mal sucedidos e a raça quase desapareceu.
No final do século a raça foi recuperada com uma nova importação de garanhões puros da Andaluzia. 
Quando foi destituída a monarquia portuguesa, em outubro de 1910, a coudelaria de Alter também foi fechada e os documentos foram destruídos. O desenvolvimento da raça foi  novamente descontinuado.
Em 1932 o Ministério da Economia de Portugal procurou incentivar o soerguimento da raça, com novas importações da Espanha. A partir de então, a raça foi melhorada com a assistência de competentes zootécnicos, selecionando éguas adequadas e usando só os melhores garanhões.
As cores da pelagem dos animais Alter podem ser baia, marrom e cinza. O pescoço é curvado, musculoso, pequeno e naturalmente alto. A cabeça se assemelha ao do Andaluz que é definida como nobre mas um pouco menor, com perfil reto ou levemente convexo. O corpo é compacto e curto com rabo de baixa inserção.

ANDALUZ



É uma raça originaria de Andaluzia, do tipo ibérico e está entre as raças equinas mais antigas do mundo. Na Espanha ele também é conhecido apenas como "Cavalo Espanhol" oficialmente "Pura Raça Espanhola" (PRE).
Os cavalos da região hoje denominada Andaluzia têm fama desde a Antiguidade. A província da Bética (província romana que abrangia Andaluzia) fornecia cavalos para os apreciados espetáculos do Coliseu em Roma.
Quando a Espanha esteve sob o domínio dos Mouros estes animais foram muito importantes nas guerras e por esta razão a raça foi bem cuidada. Tem-se registro do século X, de Ziyad Ibn Aflah, que foi prefeito de polícia de Córdoba, de uma importante criação com cerca de 3.000 animais com o objetivo de melhorar a qualidade dos potros da raça, que pertencia ao califa Alhakén II (também conhecido como Al-Hakan II e Alhaken II), que governou Córdoba de 961 a 976,  
Para preservar a qualidade e pureza, durante os séculos XIII e XIX,só era permitido o cruzamento das éguas com garanhões da raça.
Em 1565, Felipe II de Espanha (1527-1598) encarregou a Diego López de Haro y Sotomayor, marquês do Carpio, de estabelecer as Cavalariças Reais de Córdoba, onde agrupou os melhores reprodutores e éguas das províncias que fazem limite com Guadalquivir, sendo este plantel considerado a origem moderna da raça Andaluza. O marquês de Carpio foi cavalariço real de 1567 a 1599.
Em 1605, Cervantes (1547-1616), no capítulo XV da primeira parte de 'Dom Quixote', faz alusão à galhardía das éguas de Córdoba e mais adiante, no capítulo XXIV escreve que Córdoba é o local onde existia os melhores cavalos do mundo. 
Lope de Veja (1562-1635) reconheceu não só a fama dos cavalos cordobenses como também os seus ginetes.
Os animais têm boa aparência com linhas bem conformadas e harmônicas. Uma altura entre 1,50m e 1,60m e pesa em torno de 400 quilos. Pescoço forte e arqueado, coberto com farta crina. Cabeça ligeiramente convexa, peito amplo e olhos vivazes.
São destinados para a sela, serviço militar por ter uma marcha de trote bem característica. A pelagem predominante é a alazã. Foi um dos formadores da raça Mangalarga.

APPALOOSA

Pinturas chinesas datadas de 5.000 anos a.C. mostram figuras de cavalos parecidos com o Appaloosa. Estes cavalos eram os preferidos pelos imperadores que reservaram apenas para eles o privilégio de cavalgá-los.
Na Pérsia à cerca de 1600 anos a.C, a raça era conhecida como Turcomana e considerada como uma estirpe de animais sagrados.
Na França e Espanha, existem pinturas rupestres de animais bem semelhantes com o Appaloosa, datados de 1000 anos a.C.,
O nome da raça moderna adveio da região banhada pelo rio Palouse, que compreende parte dos estados de Washington, Oregon e Idaho nos Estados Unidos, onde teve seu desenvolvimento. 
Foram os espanhóis que introduziram os cavalos no sul dos Estados Unidos, que era colônia espanhola. Eles desenvolveram em liberdade e foram capturados e treinados pelos índios para a guerra. Com a expansão da colonização estes cavalos foram recuperados pelos imigrantes e por seleção natural chegaram ao padrão da raça.
Foi trazido para o Brasil no final da década de 1960 e no ano de 1974, nascia o primeiro puro sangue Appaloosa no Brasil.

ÁRABE

Uma lenda conta que Maomé com seus seguidores, depois de uma longa cavalgada, ordenou que soltassem os animais para tomar água. Antes que eles chegassem ao lago, ele os chamou de volta, e apenas cinco éguas pararam, e em vez de matar a sede voltaram atendendo ao chamado do Profeta. Ele abençoou estas cinco éguas, e delas se formaram as cinco linhagens famosas do cavalo Árabe.
Apesar de haver descrições caracterizando estas linhagens, elas foram continuamente cruzadas entre si, tornando difícil seu reconhecimento. Mais tarde, as tribos de beduínos criaram sublinhagens, isoladas pela distância  entre suas tropas.
As referências citam apenas ‘Kehilan Ajuz’, que se confunde com o termo "puro". Portanto, todas as linhagens formaram-se a partir de ‘Kehilan Ajuz’. 
Somente em 1800 temos como definitivo a existência das várias linhagens: Kehilan, Seglawi, Maneghi, Abeyan, Dahman. Porém para os beduínos "são todos Kehilan".
A origem do cavalo Árabe, depois de muitas pesquisas e de divergências históricas, continua sem uma prova definitiva.  Poderia ter sido uma espécie selvagem que naturalmente por seleção natural e cruzamentos não controlados ganhou o seu destaque.  A primeira imagem do cavalo aparece num baixo relevo egípcio do século XVI antes de Cristo. Alguns defendem que sua origem pode ter sido na raça Kochlani (também conhecida como Koclane ou Kailhan) em torno de 4.200 a.C.
Nos séculos VII e VIII havia uma  grande procura por este tipo de cavalo. Eles eram usados pelos Caldeus, Persas, Hititas e Assírios que na sua constante atividade de expansão enfrentavam muitas guerras. Com a decadência desses impérios seus cavalos foram abandonados e capturados pelos habitantes dos locais. Assim, os cavalos de guerra se miscigenaram naturalmente com os animais selvagens através dos séculos, formando as manadas conduzidas pelos beduínos que migravam constantemente em busca de alimento.
O aperfeiçoamento da raça ocorreu nos planaltos da península Arábica, quando eles se fixaram por mais tempo.
A partir do século XIII, os sultões Otomanos que passaram a dominar o Egito e o comércio entre o Ocidente e Oriente, tiveram contato com estes animais, incentivaram a sua importação para estabelecer a raça e assim os cavalos Árabes foram espalhando-se pelo império.
Na Polônia, a criação foi iniciada em 1502, pelo príncipe Sangusco com animais adquiridos dos beduínos. Em 1914, havia um plantel de 450 animais, que foi totalmente dizimado durante a Primeira Guerra Mundial. No período entre as duas guerras, retomou-se a criação, porém com a Segunda Guerra Mundial todo o plantel foi novamente dizimado, restando poucos exemplares.
A partir de então, a criação foi realizada principalmente nas coudelarias estatais.
No Egito durante o reinado de do rei El Naser Mohamed ibn Kalaoun (de 1290 a 1340) houve o estabelecimento de grandes coudelarias.
Em 1815, Ibrahim Pasha, filho do rei Mohammed Ali foi enviado á Arábia para adquirir um seleto lote de animais procurando a melhoria do plantel de seu pai.
Em 1836, Abbas Pasha, filho de Ibrahim Pasha, tornou-se o vice-rei do Egito e passou a adquirir os cavalos dos beduínos do deserto e estabeleceu a famosa coudelaria Dar El Bayda. Assassinado em 1854, seus cavalos foram vendidos por seu filho, a Ali Pasha Sherif. Depois disso houve um período de decadência da raça.
Nos Estados Unidos a primeira importação ocorreu em 1730, em 1849 o sultão da Turquia, presenteou ao presidente Ulisses Grant (1822-1885) com dois reprodutores. No final do século XIX outra importação foi efetuada e apresentada na feira mundial de Chicago.
No Brasil as primeiras importações aconteceram em 1837 e repetiram-se em 1922. A ‘Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Árabes’ foi fundada em 1965 e o primeiro Stud Book foi inaugurado em 1970. A criação brasileira é hoje uma das melhores do mundo. 
Oficialmente considera-se que a criação brasileira do cavalo Árabe tenha começado no Rio Grande do Sul em 1929, com o registro do garanhão ‘Rasul,’ importado da Argentina por Guilherme Echenique Filho.
Oswaldo Gudole Aranha (1921-2003), criador e presidente da ABCCA entre os anos 1975 a 1977, em seu artigo lembrou que D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil montado num cavalo Árabe e a belíssimo quadro de Pedro Américo que está exposta hoje no Museu do Ipiranga na cidade de São Paulo retrata este fato.
Oswaldo Gudole  Aranha cita ainda registros de importações de cavalos Árabes em 1826, 1837, 1859, 1885 e destacando como sendo uma das mais importantes a realizada em 1894 por Joaquim Francisco de Assis Brasil (1857-1938) que trouxe 'Amir', 'Maalek' e 'Mazir', três importantes reprodutores nascidos no próprio deserto e que impressionaram muito as autoridades na época.
O primeiro puro sangue Árabe brasileiro nasceu em 1929. Era uma fêmea, registrada com o número 8 com o nome de  'Airé'.
Durante os dez primeiros anos de vida da criação de cavalos Árabes devidamente registrada no Brasil, apenas as coudelarias nacionais de Saycan e de Rincão, além da família Echenique, todos sediados no Rio Grande do Sul, registraram 160 animais.
Em 1941 o Departamento Animal do Ministério de Agricultura, realizou importação de cavalos Árabes para a fazenda Canchim de São Carlos (SP). Chegaram da França quatro garanhões e 13 éguas dando início a um dos mais importantes rebanhos da época. Em 1955, havia somente 620 cavalos puros registrados de apenas 4 criadores, quando o Ministério da Agricultura, através de seu departamento animal de Campo Grande no Mato Grosso do Sul, deu início a formação de novos rebanhos a partir de animais levados de São Carlos. Até à década de 1960 os principais criadores brasileiros continuavam sendo o Ministério da Agricultura, o governo do Rio Grande do Sul e família Echenique que registraram juntos mais de 98% dos cavalos Árabes. Fora destes, outros três criadores do Rio Grande do Sul influenciados por Echenique e quatro criadores de São Paulo com o apoio do Departamento Animal de São Carlos registram o restante. Praticamente toda a produção era para a utilização nos Regimentos de Cavalaria do Exército e para a regeneração de tropas de fazendeiros através de postos de monta.
A melhoria da  raça Árabe no Brasil começou a ser incrementada quando em 1964, Aloysio de Andrade Faria importou três garanhões e seis éguas dos Estados Unidos e  com alguns amigos reorganizou a ‘Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Árabe’ que mais tarde conseguiu reunir os registros dos livros do Rio Grande do Sul e de São Carlos no ‘Stud Book Brasileiro do Cavalo Árabe’.
A cavalo Árabe de hoje tem uma cabeça pequena e côncava, pescoço arqueado, linha de garupa horizontal e cauda levantada de inserção alta. Estas características foram mantidas até hoje, através de muitos séculos. 

BÉRBERE

O cavalo Bérbere, Barbo ou Norte Africano é muito antigo e conhecido na costa norte da África, banhada pelo Mediterrâneo, Foram trazidos do planalto central asiático pelos Bérberes, povo nômade que foi mais tarde dominado pelos Árabes. Os cavalos são encontrados no Egito, Líbia, Argélia e Marrocos, sob a denominação de Berberisco
Supõe-se  que durante a conquista dos Mouros o cavalo Árabe, que fazia parte das expedições, tenha cruzado com animais Bérberes, sendo que foram estes mestiços que chegaram a península Ibérica.
Na Espanha, contribuiu para a formação do Andaluz e na Inglaterra teve grande participação na formação do Puro Sangue Inglês.
Os animais têm um tamanho médio entre 140 cm e 160 cm com peso entre 400 kg e 500 kg. A pelagem pode ser tordilha, castanha, alazã e negra. As crinas são finas e abundantes. Cabeça bem proporcionada, levemente longa e bem posta. A fronte é longa e estreita. As orelhas são um pouco compridas e aveludadas. Pescoço proporcionado, piramidal, mais musculoso que o do Árabe, porém reto. É um cavalo de sela sem a harmonia e a nobreza do Árabe, apresentando as mesmas qualidades de resistência, sobriedade, força e mansidão. Na França e suas colônias foi considerado o melhor cavalo militar. É excelente corredor no galope e no trote.

BRETÃO

A raça Bretã teve início em 1830, no noroeste da França, na região da Bretanha, através de cruzamentos de garanhões da raça inglesa Norfolk e das raças francesas Ardennais e Percheron, com éguas nativas da região.
O livro genealógico foi iniciado em 1909 e hoje é controlado pelo ‘Syndicat des Eleveurs du Cheval Breton’, que a partir de 1950 começou a exigir a marcação à fogo os animais inscritos no livro.
As primeiras importações do Brasil ocorreram em 1927 pelo governo do estado de São Paulo, com a vinda do garanhão ‘Breslau’, que foi enviado para a Coudelaria Paulista de Pindamonhangaba.
Outros animais foram trazidos também pelo Exército, que precisava de cavalos fortes para puxar os equipamentos de artilharia. Entre 1932 e 1956, foi importado quase uma centena de reprodutores para as coudelarias militares de Tindiqüera (PR), de Rincão (RS), Pouso Alegre (MG) e Campo Grande (MS.
Na década de 1970, com a desativação da maioria das coudelarias do Exército, devido a redução da importância da Cavalaria, o rebanho foi todo reunido em Tindiqüera (PR) onde foi vendido em leilão a algumas dezenas de criadores paranaenses, para cuidarem da sua preservação.
Mais tarde, todo o plantel da Coudelaria Paulista de Pindamonhangaba foi transferido para a Coudelaria de Colina (SP) hoje Estação Experimental de Zootecnia do Instituto de Zootecnia de São Paulo, onde o governo estadual desenvolveu um cuidadoso trabalho de seleção da raça. Foram importados mais três éguas e um garanhão da França em 1976 e maisais seis animais em 1983.
Os potros nascidos na Estação Zootécnica estão sendo comercializados em leilões anuais para criadores de diversos estados, mas principalmente de São Paulo e Minas Gerais. Hoje a Estação Zootécnica de Colina conta com o maior plantel puro da raça Bretão no País.
Em 1982 foi fundada a ‘Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Bretão’, com sede em Curitiba (PR), mas somente em 1989 inaugurou seus livros de registro genealógico.
O animal tem uma altura entre 1,45m e 1,60m e pesa entre 500 a 600 kg. É roliço com peito forte e musculoso. Predominam os animais das cores tordilha, rosilha, alazã, baia e preta e existem animais ruanos com crinas claras.

HANOVERIANO

Uma das mais famosas raças da Alemanha. Foi utilizada pelo exército alemão durante várias guerras. Ela foi melhorada em 1735, quando o rei Jorge II da Inglaterra (1683-1760) determinou a inauguração de uma coudelaria para desenvolver um cavalo destinado ao uso na agricultura  e o Hanoveriano foi escolhido.
Depois dos melhoramentos, a raça tornou-se popular por apresentar animais inteligentes para receber treinamento, de conformação forte, além de um ótimo temperamento.
Para proteger a pureza da raça rigorosas normas foram elaboradas entre elas, a exigência que apenas garanhões selecionados pudessem ser usados na cobertura das éguas.
É um animal compacto, bem conformado de músculos e de membros longos e fortes. Pesa em torno de 500 kg e tem uma altura entre 1,60 m e 1,65 m. É ideal para sela e hipismo. Predominância das cores alazã, castanha e preta.

LIPIZZANO

Foram necessários quatro séculos para a formação da raça Lipizzano, que teve a sua origem em Carso, em Lipica (Lipizza) hoje na Eslovênia.
Nos tempos do Império Romano já se falava bem sobre os cavalos de Carso, o antepassado do Lipizzano, que habitava os campos desta região. O sangue do cavalo tordilho de Carso foi se mesclando com o dos cavalos Espanhóis, Napolitanos e Árabes e assim nasceu o Lipizzano de hoje, conhecido por sua beleza, por sua inteligência e por seu estilo de marcha.
No século XVI, a região hoje ocupada pela Eslovênia, pertencia a casa real dos Habsburgos da Áustria. Estes cavalos foram indispensáveis para a Corte, nos transportes, no correio e também nas escolas de equitação.
Como a criação de cavalos na Espanha, que havia sido a mais importante da Europa meridional, estava em decadência, os Habsburgos, que na época também dominavam o país, resolveram introduzir os cavalos Lipizzanos na região. 
O arquiduque austriaco Carlos II (príncipe da Eslovênia sob a coroa austriaca), comprou em 1580 as terras da Lipica, bem como todo o rebanho de cavalos cársicos. Com isso ele começou o desenvolvimento de cavalos de primeira linhagem. Para protegê-los durante as guerras, os cavalos eram transferidos para outras regiões do Império Austro Húngaro, mais depois voltavam a região.
Após a Segunda Guerra Mundial, o rebanho de cavalos de Lipizza foi repartido: metade foi enviado para a Itália e outra metade para a Áustria. Só depois de muitas negociações, as autoridades da Inglaterra e dos Estados Unidos, que ficaram com a jurisdição sobre a região de Lipizza, conseguiram a reintrodução de alguns animais na região. Tiveram que reconstruir a raça.
Na Eslovênia hoje vivem cerca de 1.000 Lipizzanos puros, sendo pouco mais de três centenas nas cavalariças de Lipizza e o restante nas fazendas particulares.
A raça está espalhada por todo o mundo, sobretudo na Europa, Estados Unidos, Austrália e África do Sul. Devem existir hoje cerca de 10.000 animais em todo o mundo, sendo metade deles de reprodutores.
Em 1986 foi fundada em Lipizza a ‘Associação Internacional de Criadores de Cavalos Lipizzanos’.

LUSITANO

Pode ser considerado o Andaluz português. A raça "Puro Sangue Lusitano", mas conhecido como "Cavalo Lusitano" tem sua origem nos cavalos primitivos da península Ibérica, tendo recebido também influência das raças Árabe e Bérbere, após a invasão dos Mouros. 
Reconhecido por Gregos e Romanos durante a Antiguidade como ös melhores cavalos de combate e sela do mundo, o cavalo Ibérico figurou também como o cavalo de lazer das Casas Reais europeias durante toda a Idade Média, exercendo enorme influencia na formação do Puro Sangue Inglês.
A raça de cavalo Lusitano foi oficializada com a criação do ‘Stud Book do Puro Sangue Lusitano’ em 1967, apesar de seu biótipo e suas aptidões já serem reconhecidas e apreciadas há muito tempo.
O Cavalo Lusitano é de sela por excelência. Extremamente confiável, se faz o cavalo ideal para principiantes.
A raça Lusitana conta com um efetivo muito pequeno de éguas matrizes em atividade, estimando-se o número anual de nascimentos em aproximadamente 2.000 animais.
Tem um bonito aprumo e temperamento dócil, sendo muito utilizado no hipismo e para equitação, realizando vários passos como marcha trotada, trote e galope. Sua estatura fica entre 1,52m e 1,54m e pesa entre 450 e 500 kg. A cor do pelo pode ser tordilha, castanha e alazã.

MORGAN

O Morgan é um dos cavalos mais populares nos Estados Unidos constituindo uma raça já bem definida, apesar da grande variação de tamanho. 
Originou-se em meados do século XVII, na propriedade de Justin Morgan em Connecticut, pelo cruzamento não planejado de um cavalo que ele tinha roubado do coronel Lancey, com uma égua muito boa do seu plantel. Nasceu um potro peludo que foi batizado com o nome do criador (Morgan). Levado para Vermont transformou-se num cavalo excepcional obtendo medalhas nas competições. Também revelou-se um bom reprodutor,  transmitindo suas qualidades aos descendentes. Viveu 32 anos e deixou numerosa descendência.
A estatura do Morgan varia de 147 cm a162 cm e o peso entre 360 kg e 550 kg.
As pelagens predominantes são castanho, zaino, preto e alazão, podendo apresentar manchas brancas na cabeça e extremidades dos membros.
Contribuiu para a formação de diversas raças de cavalo de sela norte americanas. Na região Oeste é utilizado pelos vaqueiros, e nos estados centrais para os mais variados propósitos: equitação, esporte e serviços rurais. O ‘Vermont Agricultural College’ mantem uma fazenda experimental, criada pelo coronel Baiell, para a preservação da raça.

ORLOV TROTADOR

Cavalo russo conhecido internacionalmente como Orlov Trotador. No Brasil, talvez por influência de uma marca popular de vodca é mais conhecido como Orloff.
Sua origem se deu em meados do século XVIII quando o conde Alexei Grigortevich Orlov (1737-1808), adquiriu um garanhão Árabe cinzento chamado ‘Smetanka’ na Turquia por 60 mil rublos que foi enviado para a sua fazenda  perto de Bobrov, para cobrir as suas éguas. Depois de deixar cinco descendentes faleceu um ano depois de ter chegado á propriedade. ‘Smetanka’ tinha cruzado entre outras com uma égua dinamarquesa da Coudelaria Real de Frederiksborg, gerando o reprodutor ‘Polkan’ que nasceu em 1778. 'Polkan' cobriu uma égua holandesa e em 1784 nascia o touro tordilho ‘Bars I’, considerado o primeiro Orlov Trotador. A sua descendência foi crescendo e o plantel de Orlov aumentando até atingir cerca de 3.000 animais.
Para não permitir a disseminação descontrolada da raça o conde Alexei só vendia machos castrados. Até quando o Czar Alexandre I (1777-1825) quis comprar alguns animais da raça, recebeu todos castrados. Esta regra foi mantida até 1828, pela sua filha e herdeira Ana, que mantece como administrador Vasily Shishkin, um fiel seguidor de Alexei Orlov. Quando em 1831, Vasily deixou Ana sozinha para estabelecer o seu próprio criatório, a fazenda dos Orlov começou a decair, até ser em 1845 revertida para a coroa da Russia, que passou a vender os garanhões Orlov para todos os interessados.
Os animais Orlov ficaram famosos por vencerem muitas corridas em toda a Europa. Em 1867 um cavalo Orlov venceu a corrida comemorativa da Feira Mundial de Paris, perfazendo 3.500 metros em 1 minuto e 32 segundos.
Em 1889, uma coudelaria foi montada pelo príncipe Scherbatov e o conde Strogonoff para aprimorar a raça com cruzamentos selecionados.
Em meados do século XX a raça sofreu grande concorrência de animais procedentes do Estados Unidos, mais rústicos e velozes, quase provocando a sua extinção. Com esforço dos governos da Ucrânia e Rússia, são mantidas 15 fazendas para preservar e melhorar a qualidade da raça.
O animal tem corpo delgado e elegante, com bom aprumo e canelas curtas. Altura entre 1,55m e 1,70m e o peso entre 500 e 580kg. As pelagens mais comuns são a preta, castanha, tordilha e baia.
No início da década de 1970, o criador Ênio Monte resolveu criar uma raça brasileira destinada ao hipismo. Para tanto, cruzou os Orlov com Westfalen e Trakehner de origem alemã. Também incluiu sangue de Puro Sangue Inglês, Hanoveriano, Holsteiner e Hackney.

PERCHERON

A raça Percheron é oriundo da França, da região chamada La Perche. Nesta região, muitos equinos foram mestiçados, desde tempos pré-históricos, até que se chegasse à atual raça Percheron.
No século XVIII foram introduzidos reprodutores árabes que cruzaram com as fêmeas originárias de Flandres. Depois, foi introduzido mais sangue Árabe que após seleção dos melhores exemplares, consolidou a raça Percheron como é conhecida atualmente.
É um animal muito forte, pesado, mas com uma elegância inconfundível. Sua capacidade de tração é muito grande podendo, uma parelha de Percheron, transportar sem esforço uma carga entre 1.200 kg a 1.500 kg. Sua altura pode variar de 1,58 m à 1,72 m, sendo a média de 1,65 m. O peso varia entre 900 kg e 1.000 kg.
A pelagem desta raça pode ser preta, alazã ou tordilha, sendo a preta a mais comum e desejável.
Para um cavalo do seu porte e peso, o andar do Percheron é considerado leve, ágil e gracioso. Por se tratar de uma raça de tração, o seu forte é a força e não a velocidade, desta forma, sua musculatura é muito poderosa e dilatada. É um animal com boa longevidade podendo viver até os 30 anos e reproduzir-se até os 23 ou 24 anos.
Existem duas variedades de cavalos Percheron: o ‘Trait Percheron’ ou Percheron de Tiro Pesado e o ‘Percheron Postier’. O ‘Trait Percheron’ é maior, atingindo o máximo da altura dessa raça e com peso variando entre 900 kg e 1.000 kg, no caso dos machos. Já a variedade ‘Percheron Postier’ atinge 700 kg, em média e uma altura de 1,60 m. Ambas as variedades apresentam as mesmas características morfológicas e de pelagem.
Atualmente é a raça de tração mais conhecida no mundo, pois está espalhada por todos os continentes, principalmente Europa e Américas. 
Nos Estados Unidos, a raça é bastante difundida, sendo criada desde meados do século XIX.
As primeiras importações dos Estados Unidos foram em 1851 e foi registrado na alfândega genericamente como Cavalos Franceses. Em 1866 W.S. Ficklin importou alguns exemplares já com o nome Percheron, para sua fazenda na Virginia.
Na década de 1880 foi organizado na França a ‘Associação dos Criadores de Cavalos Percheron’.
No Brasil, esta raça foi introduzida na segunda década do século XX e somente na década de 1930 a sua criação tornou-se reconhecida. Ainda existem poucos criadores dessa raça no País, sendo que estas são concentradas principalmente no Rio Grande do Sul, apesar de encontrarmos criadores em São Paulo e no Rio de Janeiro.

PURO SANGUE INGLÊS

A raça Puro Sangue Inglês, Puro Sangue de Corrida ou 'Thoroughbred Horse', foi formada na Inglaterra, no final do século XVII e nas primeiras três décadas do século XVIII, durante os reinados de Carlos II, Ana, Guilherme III e Jorge I.
Foram importados três garanhões Árabes ou Berberiscos: ‘Byerley Turk’ (em 1680), ‘Darley Arabian (em 1729), ‘Godolphin Arabian’(em 1729)  que foram cruzados com éguas mestiças de sangue Árabe. Foram importantes 30 éguas cedidas pela Coudelaria Real. Depois houve outras importações  de garanhões que tiveram menor participação: Arabian Alcock, D’Arcy Turk White, Arabian Leeds e Barb’s Bay Curwen.
Foi em 1704  que foram registrados os primeiros animais, embora o Stud Book Inglês (General Stud Book), fosse fundado apenas em 1791.
O Puro Sangue Inglês foi desenvolvido com o objetivo de disputar corridas de longas distâncias. A rigorosa seleção e a agilidade naturalmente advinda das competições e dos treinamentos, fizeram dele  um animal bem desenvolvido com uma poderosa estrutura óssea e muscular. Fixadas e aperfeiçoadas durante quase três séculos estas características resultaram em um animal bem definido.
Para ser aceito como puro, deve o animal apresentar oito gerações de animais puros registrados em Stud Book oficiais. O número de registro, a árvore genealógica e o certificado de origem emitidos por um Stud Book são documentos aceitáveis e reconhecidos no mundo inteiro.
É muito usado no turfe, equitação e no jogo de polo, em razão da sua aparência elegante, agilidade e temperamento nervoso. Possui porte médio, altura de 1,60m, com peso entre 400 e 500 quilos. A pelagem predominante é castanha escura (zaino), porém existem animais de pelagem alazã, tordilha e preta.

QUARTO DE MILHA

O Quarto de Milha ou ‘American Quarter Horse’ foi a primeira raça a ser desenvolvida nos Estados Unidos, por volta do ano de 1600. São originários dos primeiros animais Ibéricos, Árabes e Bérberes trazidos pelos colonizadores espanhóis. Em 1611 foram selecionados os melhores garanhões para o cruzamento com éguas inglesas. O cruzamento produziu mestiços compactos, com músculos fortes, podendo correr distâncias curtas mais rapidamente do que qualquer outra raça. Durante a conquista e o desbravamento do Oeste e com a lida no campo, o cavalo foi se treinado no manejo do gado e para puxar carroças. Nos finais de semana, os imigrantes divertiam-se, promovendo competições de corridas em distâncias de um quarto de milha (402 metros), originando assim o nome do cavalo.
Interessados na preservação da raça e preocupados com a falta de  registros, um grupo de criadores dos Texas e do México fundaram em 15 de março de 1940, a ‘American Quarter Horse Association’ (AQHA), com sede em College Station, no Texas. Já no ano seguinte, foi registrado o primeiro animal: ‘Wimpy’ nascido no King Ranch (Kingsville, Texas) em 1937, que morreu em agosto de 1959. Este animal é considerado o precursor da raça.
No ano de 1946, a AQHA se transferiu para Amarillo, Texas, onde se encontra até hoje, tornando-se a maior associação de criadores do mundo, com cerca de 305 mil associados e quase 3 milhões de animais registrados.
No Brasil tudo começou em 1955, quando a Swift-King Ranch (SKR) importou seis animais dos Estados Unidos para suas fazendas. Entre eles, veio o afamado ‘Saltilo Jr’, com a finalidade de melhorar os animais das fazendas que a empresa possuía no estado de São Paulo. Posteriormente, a SKR importou mais seis animais, sempre de sua matriz norte-americana, a famosa King Ranch, no Texas, a maior fazenda dos Estados Unidos.
As crias destes animais não eram vendidos, porém houve muito interesse de alguns criadores e a companhia resolveu comercializar um número reduzido de potros. Entre os primeiros compradores, estavam Washington Junqueira Franco, Carlos Eduardo Quartim Barbosa, José Oswaldo Junqueira e Francisco Carlos Furquim Correia, de Araçatuba (SP), o grande divulgador inicial da raça.
O interesse aumentou e sobre pressão dos interessados foi realizado um leilão em maio de 1968, em Presidente Prudente (SP) quando foram vendidos quatro potros puros e sete mestiços. O leilão foi um sucesso e o marco inicial da disseminação da raça no Brasil.
Em 15 de agosto de 1969, foi fundada a ‘Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha1 (ABQM), com sede no Parque da Água Branca, em São Paulo, sendo depois  transferida para Bauru (SP). O primeiro animal registrado na ABQM foi Caracolito, nascido em 1957, no Texas (EUA) e importado pela Swift King Ranch, cruzou com 139 éguas em toda a sua vida reprodutiva, gerando produtos puros e mestiços. Morreu em 1974.
O equino Quarto de Milha é um animal rústico, resistente e bom de montaria, podendo suportar climas secos e regiões montanhosas.
Existem três tipos: ‘Bulldog’, ‘Intermediário’ e de ‘Carreira’. Tem uma altura entre 1,42 m a 1,46 m e pesa em torno de 550 kg. Predominam as pelagens alazã, castanha, tordilha e preta.

TRAKEHNER

A raça Trakehner é resultado do cruzamento de fêmeas da Prussia Oriental com machos de Puro Sangue Inglês e Árabe. Desde o início os criadores buscavam um cavalo para hipismo, pois, na época este animal era destinado principalmente para uso da cavalaria do Exército da Prússia. Conseguiram produzir um cavalo especialmente dedicado para os esportes hípicos.
A ‘Associação dos Criadores de Trakehner’ foi fundada em 1732 na Prússia Oriental, hoje parte da Rússia.
Já em 1847, os criadores de Trakehner consolidaram os seus conceitos de raça, desenvolvendo um cavalo puro e de características específicas.
Antes da Segunda Guerra Mundial estavam registrados 26.200 éguas e 850 garanhões. A guerra dizimou os rebanhos, a Associação foi extinta e depois do seu término foram catalogados apenas 700 éguas e 60 garanhões, que permaneceram na Alemanha Ocidental.
Mais tarde a Associação foi reconstituída na Alemanha Ocidental e registrava 4.500 éguas e 300 garanhões. Depois da reunificação da Alemanha e da abertura política da Rússia foi possível conseguir animais para melhorar a raça.
Atualmente, quase todas as raças de cavalo de hipismo da Europa baseiam-se nas excelentes qualidades do Trakehner.
Os animais da raça são procurados pelo seu bom e dócil temperamento, pelo seu cavalgar alongado, pelo seu porte elegante, pela sua nobre beleza e ainda pela sua destacada inteligência.
Animais adultos pesam entre 500 e 550 kg e têm uma altura entre 1,55 m e 1,60 m. As pelagens mais frequentes são alazãs e castanhas.


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